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Ministra Cármen Lúcia alerta para riscos persistentes de censura no Brasil

Expressando preocupação, a ministra destacou que a censura vai além do ambiente digital, atingindo livros, publicações sobre salários de servidores e manifestações artísticas, considerado inconstitucional.

25/6/2025

Durante o julgamento que discute a responsabilidade das redes sociais por publicações de usuários, a ministra Cármen Lúcia fez pronunciamento enfático sobre a permanência de práticas de censura no Brasil.

A ministra disse viver “preocupada, quase aterrorizada” com o que vê como manifestações recentes de censura no país, que não se restringem ao ambiente virtual.

Segundo ela, há tentativas de suprimir conteúdos diversos, como livros, publicações relacionadas à remuneração de servidores públicos e espetáculos artísticos.

“Censuram-se livros, censuram-se publicações que são feitas dizendo respeito, por exemplo, a ganhos de servidores públicos (...), censura de espetáculos artísticos — isto é censura inconstitucional, vedada. Se for por ordem judicial, pior ainda.”

A ministra ainda ressaltou que a censura não foi superada com o fim da ditadura e permanece como ameaça real e constante à democracia. Alertou que a Constituição proíbe qualquer tipo de censura, e não apenas a censura prévia.

“ Portanto, a censura no Brasil é uma questão que não acabou quando acabou a ditadura. O tempo todo precisamos ficar atentos para não se restabelecer nenhuma forma de censura, nem prévia, nem nenhuma, até porque a Constituição fala que não é permitida a censura — não diz que é só a prévia.”

Confira:

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