Durante o julgamento da ação penal que apura a tentativa de golpe de Estado envolvendo o ex-presidente Jair Bolsonaro e outros sete réus, os ministros Flávio Dino e Cármen Lúcia ressaltaram a abundância de provas reunidas no processo, em contraste com momentos anteriores da história brasileira.
O ministro Flávio Dino observou que, ao contrário do golpe de 1964, em que a comprovação documental só emergiu décadas depois com a abertura de arquivos estrangeiros, a tentativa de ruptura em 2022 deixou registros fartos e imediatos.
Para Dino, trata-se de um “standard probatório” robusto, baseado não apenas em testemunhos, mas também em documentos que confirmam a articulação dos acusados.
Confira:
Na sequência, a ministra Cármen Lúcia concordou e acrescentou que o excesso de provas decorre também de um traço cultural contemporâneo: a ânsia de se mostrar.
Segundo ela, muitos dos envolvidos deixaram rastros ao registrar seus próprios atos, como projetos, maquetes e até fotografias, quase como quem exibe hábitos cotidianos nas redes sociais.
A ministra citou que, em uma das operações, foi apreendido um documento intitulado “Memórias Importantes”, que trazia anotações ligadas à conspiração golpista.
Veja: