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EUA revogam sanções da lei Magnitsky contra Alexandre de Moraes e esposa

Revogação vem após Washington identificar contexto político que permitisse reverter a medida sem desgaste diplomático.

12/12/2025
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Na tarde desta sexta-feira, 12,o  governo dos Estados Unidos retirou Alexandre de Moraes, ministro do STF, da lista de sanções da lei Global MagnitskyA medida encerra quase cinco meses de restrições impostas pelo Ofac, órgão do Departamento do Tesouro responsável pelo controle de ativos estrangeiros. 

Também deixam a lista a esposa do magistrado, a advogada Viviane Barci de Moraes, e o Lex Instituto de Estudos Jurídicos Ltda., ligado à família.

Ofac retira Alexandre de Moraes e esposa da lista da Lei Global Magnitsky.(Imagem: Reprodução)

A decisão põe fim às restrições econômicas e territoriais impostas ao ministro, que incluíam bloqueio de bens em solo norte-americano, impossibilidade de realizar transações financeiras em dólar e restrições de viagem.

O ministro havia sido incluído na Magnitsky em 30 de julho, no mesmo dia em que o governo Donald Trump anunciou um tarifaço sobre exportações brasileiras.

Moraes foi acusado de violações de direitos humanos por sua atuação como relator do processo da trama golpista que condenou o ex-presidente Jair Bolsonaro a mais de 27 anos de prisão, além de decisões judiciais que determinaram a retirada de conteúdos de usuários norte-americanos em redes sociais.

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Em 22 de setembro, os EUA ampliaram o alcance das sanções, incluindo a esposa do ministro, Viviane Barci de Moraes e a empresa Lex Instituto de Estudos Jurídicos Ltda., pertencente a Viviane e aos três filhos do ministro.

EUA retiram Alexandre de Moraes e esposa da lista de sanções Magnitsky(Imagem: Arte Migalhas)

Reaproximação entre Trump e Lula

Nos últimos dias, porém, a situação passou a ser revista em Washington diante da aproximação construída entre Trump e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Segundo o Uol, o republicano teria orientado seus auxiliares a buscar um “acordo” com o Brasil como condição para normalizar as relações bilaterais.

Lula reiterou em conversas telefônicas e encontros presenciais com Trump que o restabelecimento pleno dos laços dependia da retirada das sanções impostas a Moraes e também do fim das tarifas políticas aplicadas ao Brasil.

Após o diálogo mais recente, em 2 de dezembro, o presidente brasileiro afirmou estar convicto de que anúncios positivos vindos de Washington.

Bolsonaro deixou de figurar nas discussões entre os dois presidentes, e o tema igualmente havia desaparecido das conversas entre o chanceler Mauro Vieira e o secretário de Estado Marco Rubio.

Por isso, tanto o Itamaraty quanto o Planalto avaliavam que a retirada de Moraes da Magnitsky era apenas questão de tempo.

Recuo americano

Segundo revelou o Uol, autoridades norte-americanas aguardavam uma ocasião que permitisse reverter a medida sem desmoralizar o instrumento da Lei Magnitsky. Isso ocorreu na madrugada da última quarta-feira.

A aprovação, pela Câmara dos Deputados, do projeto de lei da dosimetria — que pode reduzir as penas de Bolsonaro e de outros envolvidos nos atos de 8 de janeiro — foi interpretada em Washington como um sinal de resposta ao movimento de pressão sobre o Judiciário brasileiro.

Para autoridades americanas, o avanço da proposta ofereceu o contexto necessário para justificar o recuo sem comprometer a credibilidade da ferramenta de sanções.

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