MIGALHAS QUENTES

  1. Home >
  2. Quentes >
  3. Migalhas Quentes >
  4. Juiz vê falso coletivo em plano com três beneficiários e anula reajuste
Cláusulas nulas

Juiz vê falso coletivo em plano com três beneficiários e anula reajuste

Magistrada aplicou índices da ANS e determinou devolução de valores pagos a mais.

Da Redação

quarta-feira, 30 de abril de 2025

Atualizado às 10:45

Plano de saúde deverá devolver valores cobrados indevidamente de transportadora de carga após decisão que reconheceu o contrato como "falso coletivo" e considerou abusivos os reajustes aplicados.

A sentença é da juíza de Direito Fabiana Tsuchiya, da 7ª vara Cível de Santana/SP, que apontou ausência de transparência na definição dos critérios de aumento.

Entenda

A transportadora alegou que contratou plano de saúde coletivo por adesão, com cobertura para três vidas, e que os reajustes por variação de custos médico-hospitalares eram excessivos. Defendeu a aplicação dos índices da ANS, por se tratar de contrato com características de plano individual, e pediu a suspensão dos aumentos, bem como a devolução dos valores pagos a maior.

A operadora, por sua vez, sustentou que o contrato era coletivo empresarial, com reajustes baseados na sinistralidade e nos custos assistenciais. Alegou que os aumentos seguiam critérios atuariais válidos e que não havia valores a restituir. Também apontou a ocorrência de prescrição quanto ao pedido de devolução, com base no prazo trienal fixado pelo STJ.

 (Imagem: Freepik)

Juiz manda plano de saúde devolver valores cobrados de transportadora por reajustes abusivos.(Imagem: Freepik)

 Falso coletivo

Ao analisar o caso, a juíza considerou que, embora o plano de saúde fosse formalmente coletivo, ele se caracterizava como "falso coletivo" por abranger apenas três vidas. Com base na jurisprudência do STJ, entendeu que essa limitação numérica aproximava o contrato das modalidades individuais ou familiares, o que autorizava a aplicação dos reajustes definidos pela ANS.

Destacou que a relação entre as partes era de consumo e, portanto, sujeita ao CDC, especialmente em razão da "vulnerabilidade da contratante ante a ausência de informações por parte da operadora".

A magistrada também afirmou que a operadora não comprovou de forma clara a base de cálculo utilizada para os reajustes, o que violou os princípios da transparência e da informação.

"A requerida deixou de comprovar de forma clara o computo adotado para reajuste das mensalidades do plano de saúde, ônus que lhe incumbia." 

Com isso, considerou nulas as cláusulas contratuais relativas ao reajuste por sinistralidade e determinou que se aplicassem, por analogia, os índices definidos pela ANS.

A juíza concluiu que os valores pagos a maior nos três anos anteriores ao ajuizamento da ação devem ser restituídos, com correção monetária pelo IPCA e juros de mora conforme a lei 14.905/24

O escritório Firozshaw Advogados atua pela transportadora.

Veja a sentença.

Firozshaw Advogados

Flávia Thaís De Genaro Sociedade Individual de Advocacia

Escritório de advocacia Empresarial, Flávia Thaís De Genaro Sociedade Individual de Advocacia atua nas áreas Civil, Tributária e Trabalhista. Presta consultoria em diversos segmentos da Legislação Brasileira, tais como: Escrita Fiscal, Processo Civil e Alterações do Novo Código de 2002, Falências,...

CCM Advocacia de Apoio
CCM Advocacia de Apoio

Escritório Carvalho Silva & Apoio Jurídico. Fundado na cidade de Marabá pela advogada Regiana de Carvalho Silva, atua com proposito de entregar para cada cliente uma advocacia diferenciada, eficaz e inovadora. Buscamos através do trabalho em equipe construir dia após dia uma relação solida...

AGIJUS - LOGISTICA JURIDICA
AGIJUS - LOGISTICA JURIDICA

Uma gestão jurídica diferente, especializada na gestão de processos. Vantagens: Agilidade | Eficiência | Fatura única | Atendimento individualizado | Emissão de NF | Serviço auditado | Foco no cliente. Contate-nos.