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Núcleo 1

STF: Braga Netto diz que reunião com militares não foi "conspiratória"

Militar foi o último dos oito réus do "núcleo 1" a ser ouvido por Alexandre de Moraes, relator de ação penal por tentativa de golpe.

Da Redação

terça-feira, 10 de junho de 2025

Atualizado às 19:38

O STF ouviu, nesta terça-feira, 10, o general Walter Braga Netto, ex-ministro do governo Bolsonaro e candidato a vice-presidente na chapa do PL em 2022.

Réu na ação penal que apura a tentativa de subversão da ordem democrática, Braga Netto integra o grupo apontado pela PGR como núcleo central da trama golpista. Ele foi o último dos oito acusados a prestar depoimento nesta fase de instrução.

Diferentemente dos demais, que foram interrogados presencialmente na sede do STF em Brasília, o militar foi ouvido por videoconferência, direto do Rio de Janeiro, onde está preso preventivamente.

Reunião ministerial

O general afirmou que sua participação em reunião ministerial realizada após sua desincompatibilização do cargo - passo necessário para compor chapa como vice na candidatura de Jair Bolsonaro - teve como objetivo colaborar com a elaboração do plano de governo.

Segundo Braga Netto, ele esteve presente por convite do então presidente, para ouvir propostas dos ministros e aproveitar sugestões que pudessem compor o programa da campanha.

Afirmou que não houve irregularidade em sua presença e explicou que já atuava na coordenação do plano de governo.

"Era interessante porque eu poderia escutar as informações dos ministros, talvez tivesse alguma coisa que interessasse para mim para o plano de governo."

Moraes questionou o depoente sobre trechos específicos da reunião em que ele teria citado declaração do então presidente do TSE, ministro Edson Fachin, no sentido de que auditoria não altera o resultado das eleições. A referência teria sido feita em contexto de falas críticas à Justiça Eleitoral e às urnas eletrônicas.

Braga Netto negou que sua manifestação tivesse cunho conspiratório. Segundo ele, a menção ao conteúdo noticiado foi feita de forma espontânea, a partir de mensagem recebida no celular durante a reunião. "Eu só chamei atenção para o caso da mensagem de jornal", disse.

O general também afirmou que sua intenção, ao intervir novamente no encontro, foi estimular que os ministros apresentassem propostas e planos de ação futuros, visando alimentar o programa eleitoral. Ele destacou que o plano era pautado por princípios conservadores e liberais, alinhado com os ideais do então ministro da Economia, Paulo Guedes.

Reunião em casa

Braga Netto negou que tenha participado de reunião com teor conspiratório em 12 de novembro de 2022, conforme aponta denúncia da PGR e documentos da PF.

Segundo ele, o episódio foi apenas uma visita informal a seu apartamento, sem tratativas de natureza ilícita ou política.

Braga Netto relatou que, na ocasião, estava em casa quando foi avisado pelo então ajudante de ordens da Presidência, general Cid, de que dois militares da ativa gostariam de conhecê-lo.

O general detalhou que a conversa durou entre 20 a 30 minutos, sem aprofundamento de assuntos, e enfatizou não haver intimidade ou proximidade com os visitantes.

Segundo Braga Netto, a versão dos militares que o visitaram foi posteriormente formalizada em petição assinada pelo tenente-coronel Hélio Lima, que descreveu o encontro como breve, cordial e desprovido de qualquer conteúdo conspiratório.

Ainda conforme o depoimento, todos os presentes deixaram o local juntos - Cid teria seguido para o Palácio da Alvorada, enquanto os outros dois militares foram a uma confeitaria próxima.

Caixa de vinho

Braga Netto também negou ter entregue dinheiro em espécie ao tenente-coronel Mauro Cid, como afirmou o ex-ajudante de ordens.

Segundo Cid, os valores teriam sido arrecadados com empresários do agronegócio para apoiar coronéis envolvidos em articulações golpistas.

"Eu não tinha contato com empresários. Eu não pedi dinheiro para ninguém e não dei dinheiro nenhum para o Cid", afirmou.

Afirmou ainda que Cid apenas o procurou para saber se o PL poderia ajudar financeiramente, e que o orientou a procurar o tesoureiro do partido.

"Na minha cabeça, era alguma coisa a ver com campanha", disse.

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