Se fosse presidente, Gilmar Mendes criaria "serviço civil obrigatório"
Ministro propôs a criação, ao lado do serviço militar, de "serviço civil" no qual jovens ajudassem outras pessoas.
Da Redação
terça-feira, 15 de julho de 2025
Atualizado às 10:51
O decano do STF, ministro Gilmar Mendes, declarou em entrevista que, se fosse presidente do Brasil, criaria o "serviço civil obrigatório".
Ao lado do serviço militar, a obrigação serviria como forma de os jovens ajudarem outras pessoas, dando sua contribuição.
A fala se deu no podcast EsferaCast, e o episódio foi gravado em Lisboa, Portugal, no dia 1º de julho, às vésperas do XIII Fórum de Lisboa. O ministro abordou temas como a política do brasil e questões globais.
Ao final, a jornalista Caroline Ribeiro pergunta: se o senhor fosse presidente, tivesse o poder nas mãos, qual seria a primeira lei sancionada amanhã?
"Eu faria um serviço civil voluntário. Ou melhor, serviço civil obrigatório. Para que jovens ajudassem as outras pessoas, dessem sua contribuição. Ao lado do serviço militar, criaria um serviço civil."
Assista:
O ministro também abordou os impactos geopolíticos da guerra na Ucrânia e das tensões no Oriente Médio, da eleição de Donald Trump nos Estados Unidos e do fortalecimento da OTAN. Citou a regulação de plataformas digitais, a inteligência artificial, a transição energética, e comentou o momento político brasileiro.
Otimista sobre o Brasil
No podcast, Gilmar Mendes falou do Brasil de forma positiva. Destacou que o país tem um ambiente de paz, sem grandes confusões, guerras, conflitos. O ministro observou que, embora estejam apontando para uma crise fiscal, o PIB está em mais de 3%, e crescendo.
"Somos líderes em segurança alimentar, temos uma boa musculatura, somos 8ª ou 9ª economia do mundo. (...) Acho que temos algumas escaramuças, precisamos talvez acertar algo na coordenação política, que leva a muita judicialização, mas acho que temos várias formas de ver o Brasil. Sou bastante otimista, acho que cumprimos um importante papel no mundo."
Quanto à levada da questão do IOF ao Judiciário, o ministro entende que se trata da ponta do iceberg para outros problemas políticos de coordenação. Para Mendes, a pausa para reflexão deve ajudar para uma composição.
Revolução tecnológica
Ao falar sobre a regulação das redes sociais, Gilmar Mendes citou a experiência sofrida pelo Brasil de ameaça à democracia, a qual, destacou, foi duramente conquistada após 20 anos de ditadura.
"Vimos isso ameaçado a partir do governo Bolsonaro, questionamento das eleições, assentamento de pessoas em frente aos quarteis. E tivemos o 8/1/23, com o quebra-quebra que fizeram. (...) E depois se viu que havia um tipo de articulação, de armação de pessoas que pensavam em golpe."
O ministro acredita que muito disso foi feito em articulações nas redes sociais. Por isso, desde então, reivindica-se regulação das redes sociais.
"Não queremos que se suprima a liberdade de expressão, mas que as plataformas tenham responsabilidade, que façam monitoramento."
Veja a íntegra: