Para defesa de Bolsonaro, delação de Cid é mais grave que "jabuticaba"
Advogado do ex-presidente afirmou que proposta do MP não existe em nenhum lugar do mundo e deveria anular a colaboração.
Da Redação
quarta-feira, 3 de setembro de 2025
Atualizado às 11:41
No segundo dia de julgamento da ação penal contra Jair Bolsonaro e outros sete réus na 1ª turma do STF, nesta quarta-feira, 3, o advogado Celso Vilardi rebateu a metáfora utilizada na véspera pelo também advogado Demóstenes Torres, que havia classificado como "jabuticaba" o pedido da PGR para reduzir os benefícios da delação de Mauro Cid em razão de supostas omissões e contradições.
No meio jurídico, "jabuticaba" é uma expressão usada para se referir a uma regra, prática ou entendimento considerado exclusivamente brasileiro, algo que não existe em nenhum outro sistema jurídico do mundo.
Demóstenes havia criticado a posição do Ministério Público afirmando: "Isso é uma jabuticaba, isso nunca existiu". Já nesta quarta-feira, Vilardi respondeu ao termo, afirmando que a situação é mais grave do que uma jabuticaba.
"Não é uma jabuticaba, com todo respeito ao doutor Demóstenes. É muito mais grave, porque a jabuticaba existe aqui no Brasil. A delação, da forma como está sendo proposto nas alegações finais do Ministério Público, não é uma jabuticaba. É algo que não existe nem aqui, nem em nenhum lugar do mundo. Porque, na verdade, o que está se pretendendo aqui é reconhecer uma parcial falsidade da delação e, ainda assim, fazer um aproveitamento dela diminuindo a pena."
O advogado sustentou que o modelo defendido pela acusação contraria a lei e que omissões ou contradições não podem ser tratadas como meros ajustes no acordo.
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