Justiça da Itália detém ex-assessor de Moraes e impõe medidas restritivas
Itália aplicou restrições a ex-assessor de Moraes enquanto avalia pedido de extradição do Brasil.
Da Redação
quarta-feira, 1 de outubro de 2025
Atualizado às 15:45
A polícia da Itália deteve nesta quarta-feira, 1º, o perito em informática Eduardo Tagliaferro, que atuou como assessor do ministro Alexandre de Moraes no STF e no TSE. A medida integra o processo de extradição solicitado pelo Brasil.
Segundo a defesa, Tagliaferro não permanecerá preso, mas terá de cumprir restrições de circulação, ficando proibido de deixar a região onde reside até decisão final das autoridades italianas.
O advogado Eduardo Kunz informou que seu cliente pôde acessar os documentos referentes à medida e, em seguida, foi liberado para retornar à sua casa.
Acusações no Brasil
O ex-assessor deixou o país após ser acusado de vazar mensagens sigilosas do gabinete do ministro Moraes. Em agosto, a PGR ofereceu denúncia contra ele por violação de sigilo funcional, coação no curso do processo, obstrução de investigações sobre organização criminosa e tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito.
No mês passado, Moraes autorizou o pedido de extradição, encaminhado pelo Ministério da Justiça e pelo Itamaraty às autoridades italianas em 20 de agosto.
Histórico
Tagliaferro foi chefe da Assessoria de Enfrentamento à Desinformação no TSE e assessorou Moraes nas eleições de 2022. Desde que passou a viver na Itália, onde possui cidadania, tem feito declarações críticas ao ministro e a integrantes do Judiciário.
Na semana passada, em audiência remota na Câmara dos Deputados, acusou Moraes de perseguição política nas eleições. Estava convocado para nova participação nesta quarta-feira, mas a detenção impediu seu depoimento.
Com cidadania italiana, Tagliaferro aguardará em liberdade restrita a análise do pedido de extradição. Ainda não está definido se a Justiça da Itália acatará a solicitação brasileira.
Enquanto isso, aliados de parlamentares da oposição classificam o caso como perseguição, ao passo que o Ministério Público defende que a atuação do ex-assessor comprometeu investigações sensíveis.





