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Justiça argentina sorteia novo tribunal para julgar morte de Maradona

TOC 7 de San Isidro conduzirá processo contra oito profissionais da saúde por homicídio com dolo eventual.

20/6/2025
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O TOC 7 - Tribunal Oral Criminal 7 de San Isidro, na Argentina, foi sorteado para conduzir novo julgamento criminal envolvendo oito profissionais da saúde acusados de envolvimento na morte de Diego Armando Maradona.

Segundo o jornal argentino "Clarín", a designação ocorreu durante audiência privada presidida por Ernesto García Maañón, presidente da Câmara de Apelações e Garantias em matéria penal de San Isidro, três semanas após a anulação do processo anterior que estava sob responsabilidade do TOC 3.

A sessão de sorteio foi realizada no Palácio de Tribunais de San Isidro e contou com a presença de Gianinna Maradona, filha do ex-jogador.

O novo colegiado será formado pelos juízes Roberto Gaig e Alejandro Lago, e pelo magistrado Alberto Ortolani, do TOC 1, convocado para completar o trio em razão do impedimento da juíza María Cohelo — integrante do TOC 7, mas atualmente designada para atuar em um Júri popular envolvendo a enfermeira Dahiana Gisela Madrid, uma das acusadas.

A próxima etapa do processo será a realização da chamada "audiência do art. 338" do Código Processual Penal da Província de Buenos Aires, momento no qual as provas do caso são formalmente apresentadas.

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A partir dessa fase, os juízes terão 15 dias para analisar eventuais impugnações ou pedidos de nulidade. Se não houver objeções, o TOC 1 deverá ratificar a anulação do julgamento anterior, conforme decidido pelo TOC 3.

Profissionais da saúde são acusados de dolo eventual pela morte de Maradona.(Imagem: Danilo Verpa/Folhapress)

Por que estão sendo processados?

Maradona faleceu em 25/11/2020, aos 60 anos, em sua residência na cidade de Tigre, onde se recuperava de uma cirurgia cerebral.

Na época, a causa oficial da morte foi insuficiência cardíaca aguda.

No entanto, uma investigação do Ministério Público concluiu que houve negligência no atendimento médico durante a recuperação domiciliar, o que teria contribuído para o desfecho fatal.

Segundo os promotores, os profissionais teriam agido com "dolo eventual" — ou seja, assumiram o risco de provocar a morte de Maradona ao não garantir os cuidados adequados.

Laudos periciais apontaram que a equipe médica tratou o ex-jogador de forma "inadequada, deficiente e temerária", ignorando sinais clínicos de agravamento.

Em novembro de 2023, o caso foi formalmente levado a julgamento, com oito réus acusados de homicídio simples com dolo eventual.

Foram acusados os seguintes profissionais:

  • Leopoldo Luque – neurocirurgião e médico pessoal de Maradona;
  • Agustina Cosachov – psiquiatra;
  • Carlos Ángel “Charly” Díaz – psicólogo;
  • Nancy Edith Forlini – médica coordenadora da empresa Swiss Medical;
  • Mariano Ariel Perroni – coordenador de enfermagem;
  • Ricardo Omar Almirón – enfermeiro;
  • Pedro Pablo Di Spagna – clínico geral;
  • Dahiana Gisela Madrid – enfermeira, que será julgada separadamente por Júri popular.

Por que o julgamento anterior foi anulado?

O julgamento começou em 11/3/24, conduzido pelo TOC 3, composto pelos juízes Maximiliano Savarino, Verónica Di Tommaso e Julieta Makintach (esta última do TOC 2, atuando como substituta).

No entanto, após 19 audiências, a defesa do neurocirurgião Leopoldo Luque questionou a imparcialidade da juíza Makintach, alegando postura excessivamente inquisitiva em relação às testemunhas.

As críticas se intensificaram quando foi descoberto que a magistrada participava do documentário sobre o caso, intitulado "Justicia Divina", com imagens gravadas até mesmo dentro do tribunal e em seu carro.

Diante do evidente conflito de interesse, os demais magistrados do colegiado declararam a nulidade do processo e solicitaram a abertura de procedimento disciplinar contra Makintach.

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