MIGALHAS QUENTES

  1. Home >
  2. Quentes >
  3. Migalhas Quentes >
  4. No STF, defesa de Ramagem nega ordens em "Abin paralela" e minimiza provas
"Presidente.docx"

No STF, defesa de Ramagem nega ordens em "Abin paralela" e minimiza provas

Advogado Paulo Renato Garcia Cintra Pinto nega que deputado tenha orientado Bolsonaro ou dado ordens em "Abin paralela".

Da Redação

terça-feira, 2 de setembro de 2025

Atualizado em 3 de setembro de 2025 08:38

Durante julgamento do "núcleo 1" de tentativa de golpe no STF nesta terça-feira, 2, o advogado Paulo Renato Garcia Cintra Pinto sustentou em defesa do réu Alexandre Ramagem. Em sua fala, levantou preliminares e contestou as acusações que pesam contra o deputado Federal.

Preliminares

O defensor iniciou tratando da resolução 18/25 da Câmara dos Deputados, sobre a suspensão da tramitação da Petição 12.100, relacionada a réus acusados de participação nos atos de 8 de janeiro de 2023. Segundo ele, embora a resolução tivesse pretendido alcançar todo o processo, o STF limitou seus efeitos: o benefício só poderia valer para crimes cometidos após a diplomação de Ramagem, atingindo apenas dois dos cinco delitos a ele imputados.

A defesa invocou precedente da própria 1ª turma do STF, em decisão relatada pelo ministro Alexandre de Moraes no caso do assassinato da vereadora Marielle Franco. O advogado apontou que, à época, o colegiado entendeu que, apesar de o crime ter ocorrido antes da diplomação do condenado como deputado federal, a natureza permanente da organização criminosa atraía a competência do Supremo. Para o advogado, a mesma lógica deveria ser aplicada ao caso de Ramagem, já que, conforme a denúncia, ele teria integrado organização criminosa até os atos de 8 de janeiro, quando já estava diplomado parlamentar.

A segunda questão preliminar levantada envolveu o relatório final da Petição 11.108. O advogado alegou que fatos ali descritos não foram devidamente incluídos na denúncia da ação penal 2.668, inviabilizando o contraditório e a produção de contraprova. Ele chegou a apontar um "equívoco grave" nas alegações finais assinadas pelo procurador-Geral da República, Paulo Gonet, argumentando que a peça refletia a falta de tempo para examinar o volume de informações. Assim, pediu que tais elementos não sejam considerados no julgamento.

Documentos e mensagens

Ao tratar do mérito, o advogado afirmou que a denúncia contra Ramagem se baseia em dois conjuntos de fatos, mas que os elementos apresentados não demonstram sua participação na formulação de mensagens contra o sistema eleitoral.

Entre os arquivos apreendidos com o deputado, estavam quatro documentos de texto, como o "Presidente.docx", que reunia matérias jornalísticas e críticas de Jair Bolsonaro a ministros do STF, incluindo Alexandre de Moraes e Celso de Mello. O compilado continha expressões como "acabou, porra" e trechos de reunião ministerial. Segundo a defesa, Ramagem não atuava como ensaísta de Bolsonaro, apenas organizava declarações já públicas do então presidente.

 (Imagem: Reprodução TV Justiça/Arte Migalhas)

Advogado Paulo Renato Garcia Cintra Pinto sustenta em defesa de Alexandre Ramagem no STF.(Imagem: Reprodução TV Justiça/Arte Migalhas)

Outro documento citado foi o "Presidente Informa TSE.docx", de julho de 2021, apontado pela acusação como indício de que Ramagem teria orientado Bolsonaro em uma live daquele período. O advogado negou a tese e disse que se tratava apenas de um compilado de informações.

Também foi mencionado o arquivo "PR presidente", encontrado nas notas do celular, em que Ramagem fazia considerações sobre inquéritos da PF, sugerindo a consulta à AGU. A defesa alegou que era apenas uma opinião pessoal, sem qualquer ordem de uso de força ou de prisão, e que o texto não chegou ao então presidente.

Para o advogado, o que a acusação apresenta como prova de envio de material ao presidente se resume a um "print" de mensagem, sem garantia de cadeia de custódia.

"Abin paralela"

A denúncia do Ministério Público também envolve a chamada "Abin paralela", suposto uso irregular da agência de inteligência para produzir desinformação contra o sistema eleitoral e monitorar autoridades, entre elas Alexandre de Moraes.

A defesa de Ramagem rejeitou a acusação, afirmando que não há ordem direta ou indireta do deputado nesse sentido. Citou diálogos de WhatsApp entre servidores da Abin, Marcelo Bormevet e Giancarlo Rodrigues, que produziram documentos associando parentes do ministro Luís Roberto Barroso a uma empresa de urnas eletrônicas. Segundo o advogado, foi uma iniciativa isolada desses servidores, motivada pela polarização política, e não por determinação de Ramagem.

CCM Advocacia de Apoio
CCM Advocacia de Apoio

Escritório Carvalho Silva & Apoio Jurídico. Fundado na cidade de Marabá pela advogada Regiana de Carvalho Silva, atua com proposito de entregar para cada cliente uma advocacia diferenciada, eficaz e inovadora. Buscamos através do trabalho em equipe construir dia após dia uma relação solida...

Flávia Thaís De Genaro Sociedade Individual de Advocacia

Escritório de advocacia Empresarial, Flávia Thaís De Genaro Sociedade Individual de Advocacia atua nas áreas Civil, Tributária e Trabalhista. Presta consultoria em diversos segmentos da Legislação Brasileira, tais como: Escrita Fiscal, Processo Civil e Alterações do Novo Código de 2002, Falências,...

AGIJUS - LOGISTICA JURIDICA
AGIJUS - LOGISTICA JURIDICA

Uma gestão jurídica diferente, especializada na gestão de processos. Vantagens: Agilidade | Eficiência | Fatura única | Atendimento individualizado | Emissão de NF | Serviço auditado | Foco no cliente. Contate-nos.